Há hoje, sem dúvida, um grande problema de ensino entre os evangélicos. Apesar do aumento numérico, os evangélicos conhecem pouco sobre sua fé. Não conhecem sua igreja, sua historia, sua teologia e principalmente sobre sua visão de mundo. É claro que tudo isso é em termos gerais e que há exceções. Mais ainda assim é inegável que existe um problema que precisa ser discutido.

Entre os vários conceitos de educação cristã destaca-se um dado pelo Doutor Augustus Nicodemos Lopes, famoso teólogo presbiteriano, em que ele coloca a educação cristã de um ponto de vista diferente:

‘‘A EC é um processo de treinamento e desenvolvimento da pessoa e de seus dons naturais à luz da perspectiva cristã da vida, da realidade, do mundo e do homem. Isso significa desenvolver um currículo e um programa educacional cujas as disciplinas e atividades reflitam explicitamente a mentalidade cristã. Em outras palavras, é ensinar ciências, história, comunicação, sociologia, etc. a partir dos pressupostos cristãos. É adotar teorias e filosofias do desenvolvimento humano e da educação que reflitam o ensino bíblico sobre o homem como imagem de Deus, porém moral e espiritualmente decaído. É desenvolver a educação num ambiente distintamente cristão, onde se espera que haja mais disciplina, eficácia e bom relacionamento entre professores e alunos do que no ensino público ou particular secularizados. É promover o desenvolvimento do caráter, disciplina, conduta e um relacionamento profundo com Deus.’’ (Augustus Nicodemos, 2014)

Seu conceito abrange um ensino com base em pressupostos cristãos, que produza caráter e que leve o aluno ao um profundo relacionamento com Deus. Sabiamente ele propõe uma reconstrução do ensino. Precisamos colocar novamente o ensino de alto nível em nossas igrejas, escolas confessionais, seminários e cursos teológicos. E esse ensino, um ensino reconstruído.

Temos que fazer com que as pessoas aprendam a Bíblia Sagrada e não somente aprendam ela, mas também tornem ela base de sua cosmovisão. E que essa cosmovisão o transformem. Pautadas pela cosmovisão bíblica elas não serão mais as mesmas.

Assim como marxistas pautam sua visão pelos escritos de Karl Marx, ateus pelos escritos de ateístas famosos como Richard Dawkins, espíritas pelos livros de Alan Kardec, cristãos podem pautar sua visão pela Bíblia Sagrada. Tendo assim uma vida realmente direcionada pelos mandamentos de Cristo. É complicado uma pessoa se dizer cristã, mas não ter uma cosmovisão cristã.

Ter uma cosmovisão cristã não quer dizer desconsiderar todos os outros conhecimentos e filosofias. É obvio que toda cultura precisa ser considerada, entretanto quem tem uma cosmovisão cristã tem a Bíblia Sagrada com filtro e fundamento para as demais culturas.

A cosmovisão cristã é coerente, razoável e verdadeira. Por mais que alguns neguem, ela também serve para dá uma razão para viver e um equilíbrio interior. Se os cristãos a entenderem, encontrarão respostas para seus problemas existências mais íntimos.

Muitos cristãos sofrem de crises existências justamente por confessarem uma fé e ao mesmo tempo ter uma visão contrária dela. Universitários cristãos sofrem muito disso. Como no Brasil as universidades são tomadas pelo marxismo e pelo iluminismo, muitos abrem mão de sua visão cristã na prática. Mal sabem que eles que a visão cristã foi base de grandes estudiosos como Newton e Francis Bacon.

Essa nova forma de ensino cristão, uma visão apologética e mais madura, fortalecerá os cristãos. A mudança não afetará apenas o aspecto intelectual como afetará também o aspecto relacional. Um dos pressupostos da visão cristã é o amor. Quem coloca o amor como base se preocupa com o próximo. Ama mais, se aborrece menos. Procura ser mais amável com as pessoas. Ama mais a Deus.

‘‘O meu povo perece por falta de conhecimento’’ Oséias 4-6

O povo de Deus tem sofrido por falta de conhecimento. Tenho certeza que com esse ensino baseado nos pressupostos cristãos esse problema poderá começar a ser resolvido. O avivamento verdadeiramente advindo de Deus passa por um ensino da palavra de Deus.

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